

Fim do Carnaval
FIM DO CARNAVAL
Fim de festa, fim de sonhos talvez.
Terminado todo o poder da sedução
e sem mais esforços, retira a máscara
e retorna para casa.
Fim do cenário, o frio chega
e subjuga o calor da paixão,
e os sonhos todos se vão.
Fim da música, apenas murmúrios.
nos cantos da sala quase vazia,
e a poeira que pairava no ar,
assenta-se calma;
fim de multidão.
Fim da conversa, da bebedeira,
não há mais anseios, o tempo passou
e passou tão depressa que ninguém nem notou.
Fim dos enigmas, das rimas,
das vozes ousadas, da alegria.
O tempo passou
e passou tão depressa
que ninguém nem notou.
Resta a lembrança, amiga,
prima-irmã da esperança,
que nos abraça e feito barcaça
nos leva pro mar dos anseios mais íntimos
e deixa apenas que o destino nos guie,
pois o tempo passou
e passou tão depressa
que ninguém nem notou.
Poema retirado do livro Ícones do Tempo, de Evanise Bossle.